Os Estados Unidos estão prontos para desbancar o Japão do posto de número um no ranking mundial de supercomputadores com o protótipo Blue Gene/L, da IBM. A máquina está sendo montado pelo Lawrence Livermore National Laboratories, um laboratório do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Os resultados de testes realizados no departamento mostram que o Blue Gene/L conseguiu velocidades de 70,72 teraflops (um teraflop equivale a um trilhão de cálculos por segundo). A atual máquina mais rápida (a Earth Simulator, da NEC, do Japão) atinge 35,86 teraflops.
Supercomputadores são importantes para resolver problemas complexos que aparecem na ciência e na sociedade. A grande energia de processamento e simulação que eles têm significa que podem melhorar a precisão de previsões meteorológicas, ajudar a desenhar carros melhores e aprimorar diagnósticos de doenças, além de fazer pesquisas de meio ambiente.
Saúde
O diretor de tecnologia da IBM, Nick Dinofrio, diz que, até 2006, o Blue Gene vai ser capaz de computar a uma velocidade de um pentaflop. Isso significa que ele poderá fazer um quatrilhão de cálculos por segundo.
Dinofrio afirma que os supercomputadores poderão ser particularmente úteis em questões de saúde. "Não apenas para mapear o genoma humano, mas também estruturas de proteínas", disse. Quando as estruturas das proteínas forem totalmente compreendidas, será possível fazer remédios sob medida para combater doenças de maneira mais efetiva.
A lista que relaciona os 500 computadores mais rápidos do mundo será divulgada na semana que vem. A relação é anunciada a cada seis meses e usa um teste matemático reconhecido oficialmente, chamado Linpack, que mede cálculos por segundo.
Os chips que fazem a máquina funcionar são do tipo utilizado em aparelhos familiares ao usuário comum, como consoles de video games. O secretário de Energia dos Estados Unidos, Spencer Abraham, confirmou que a máquina atingiu a velocidade recorde, de acordo com as medições do Linpack.
O resultado do teste eleva os parâmetros para supercomputadores e assinala uma façanha notável. Ultrapassar a barreira de 40 teraflops foi considerado um marco durante muito tempo.
Protótipo
O Blue Gene/L é apenas um protótipo e tem um décimo da velocidade da versão definitiva, que deve estar concluída em 2005. O desempenho máximo do supercomputador deve ser de 360 teraflops. A máquina também vai reduzir a quantidade de calor gerada pela imensa energia, um grande problema para supercomputadores.
A versão final vai ajudar cientistas a desenvolver condições de confiança e confiabilidade para as armas nucleares americanas sem ter que fazer testes nucleares subterrâneos.
O Earth Simulator, do Japão, é dedicado a desenvolver modelos climáticos e simular atividade sísmica. Outro gigante a entrar na disputa é o supercomputador Columbia, da Nasa, que fica num centro de pesquisas da Califórnia. Ele atingiu a velocidade de 42,7 teraflops por segundo em outubro. A função do Columbia é fazer modelos para missões de vôo, pesquisa climática e engenharia aeroespacial.
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