Morte ao PC
Surgiu uma tecnologia que promete
dar fim ao reinado dos PCs. Será?
Por Mariana Ditolvo
Em 2004, segundo o instituto de pesquisas International Data Corporation, o mercado mundial de PCs cresceu 14,7%. Foram vendidos 177 milhões de máquinas a mais que em 2003. Com esses índices de crescimento qualquer outra indústria estaria vibrando, mas isso não acontece no setor de tecnologia. Pelo contrário. O que se discute, neste exato momento, é se os fabricantes de PCs irão ou não sobreviver. Explicação: os especialistas sustentam que os grandes compradores de PCs estão na China e na Índia, os países mais populosos do planeta e tecnologicamente atrasados. Já nas economias centrais, sobretudo na área corporativa, os computadores pessoais como os conhecemos estão com os dias contados. As empresas, dizem esses técnicos, desistiram de seguir as tendências tecnológicas de ponta e passaram a se concentrar na rentabilidade daquilo que já existe. Há alguns anos, por exemplo, as companhias trocavam os equipamentos a cada dois anos. Hoje essa média supera cinco anos. Um estudo da própria IBM – que acaba de abandonar o mercado de PCs – mostra que as empresas usam apenas 5% da capacidade de seus computadores de mesa.
Para contrapor-se ao que é percebido como desperdício, cresce nas corporações uma tecnologia baseada na centralização da capacidade de processamento. Essa novidade chama-se Thin Clients. “As empresas se cansaram de pagar tão caro por tão pouco”, afirma Maurício Minas, presidente da brasileira CPM. A empresa desenvolveu um produto, batizado de FIT IX, que utiliza os recursos de Thin Clients. “Não é economicamente sustentável trocar equipamentos e softwares a cada três anos”, explica Minas. Nesse modelo tecnológico não será necessário, por exemplo, atualizar softwares ou investir em programas de combate a vírus. Tudo estará concentrado em um único computador central e as pessoas terão sobre a mesa terminais elegantes com pouca ou nenhuma capacidade de processamento. Uma pesquisa da IDC indica que, até 2007, o Thin Clients crescerá 23% ao ano nos EUA, número muito superior ao crescimento do mercado de PCs. No Brasil esse conceito ainda é novo e apenas algumas poucas empresas de tecnologia o exploram, entre elas a Sun Microsystems e a Samurai. Mas a Ambev, fabricante multinacional de bebidas, por exemplo, já economizou 50% de seu orçamento tecnologia investindo em 900 terminais e 30 servidores em lugar de comprar novos PCs. A tendência parece inexorável. Mas será que isso significa mesmo o fim dos PCs? Não necessariamente. Muitos outros produtos já tiveram sua morte anunciada – entre eles os grandes computadores da IBM, conhecidos como mainframes – e continuam por aí até hoje, zombando das cassandras da tecnologia. Os PCs podem perder terreno, mas não irão sumir tão cedo.
* Noticia supra é fiel à íntegra publicada na revista, com nome da Fonte, Autor Original e Link para acesso ao veículo inseridos no corpo do tópico.
OFAJ
Edição feita por: OFAJ, 30/01/2005, 14:22.