Em 2013, o Moto G foi um aparelho que ganhou público por dois motivos: pelo sistema Android atualizado e livre de aplicativos pré-instalados e pelo preço de 650 reais, metade do que era cobrado pelo Galaxy S4 mini, que tinha configuração de hardware similar. No ano seguinte, a Motorola lançou uma versão melhorada do aparelho, com tela maior, câmera melhor e entrada para cartões microSD. Agora, a fabricante trouxe ao mercado brasileiro a terceira geração do produto, que melhora na configuração de hardware, na câmera e, especialmente, na duração da bateria.
Fora isso, há o design, que pode ser personalizado de acordo com as escolhas que o consumidor fizer no Moto Maker, área do site da Motorola. Mas tudo isso justifica o aumento de preço de quase 350 reais em relação à primeira geração do Moto G? Descubra a seguir.
O smartphone continua com a curvatura em sua parte traseira, que favorece a ergonomia, ao mesmo tempo que passa a sensação do produto ser menor do que realmente é. Como na geração anterior, a tela continua com 5 polegadas e resolução HD. A tecnologia do display continua a ser a retroiluminação LED – o que não deveria ajudar no quesito duração de bateria, porém, como você lerá abaixo, não foi isso que o INFOlab constatou nos testes.
A grande novidade no Moto G é a possibilidade de montá-lo de acordo com o seu gosto no Moto Maker. Lá, além do design, você pode escolher a configuração do produto. O modelo mais simples sai por 850 reais, mas ele tem 1 GB de RAM e 8 GB de armazenamento interno. A versão intermediária tem 1 GB de RAM, 16 GB de espaço e TV digital. Já o modelo mais potente, sobre o qual escrevo neste review, tem 16 GB de armazenamento interno e 2 GB de RAM. Fora as especificações técnicas, você também pode escolher a cor da parte frontal (branca ou preta) e a cor da traseira. Por 10 reais cada, você pode comprar capinhas adicionais, as Moto Shells. Por mais 10 reais, você também pode gravar uma palavra ou frase no seu Moto G. O modelo testado veio com os dizeres "Sou D++++" (aparentemente, quem personalizou este Moto G tem uma auto-estima elevada).
Todas as edições do Moto G são resistentes à água, de acordo com a certificação IPX7 do produto. Isso quer dizer que ele pode ser mergulhado a 1 metro de profundidade em água doce durante 30 minutos, no máximo. Para isso, é preciso que tampa traseira esteja bem presa. Quem quiser tirar fotos com o aparelho embaixo d'água pode fazer isso usando o botão de volume, já que não há um botão para a ativação da câmera. Mas a Motorola alertou a imprensa brasileira durante o lançamento oficial do Moto G no Brasil que essa proteção contra água é para a prevenção de acidentes e que não é recomendável mergulhar o smartphone para tirar fotos no dia a dia.
Na tela, a proteção continua a ser a Gorilla Glass 3, também usada no Moto G de segunda geração. O contorno do aparelho chama a atenção. Ele lembra o que vimos no Moto X de segunda geração. Definitivamente, isso deixa o Moto G mais refinado.
Dois recursos de usabilidade chamam a atenção neste que é o terceiro Moto G. O primeiro é o atalho de ativação da câmera quando a tela está bloqueada. Com celular em mãos, um giro rápido do pulso liga rapidamente o aplicativo de câmera, o que é excelente quando você precisa de agilidade para capturar um momento. Se você fizer o mesmo movimento por duas vezes, a câmera frontal é iniciada.
O segundo recurso interessante deste Moto G é a ativação do flash da câmera, que funciona como uma lanterna em momentos de necessidade. Balançando o celular duas vezes para baixo, com o aparelho inclinado ou na horizontal, a luz se acende. Isso é muito útil quando você chega em casa e todas as luzes estão apagadas. Ambos os recursos funcionaram bem nos testes do INFOlab.
Mais um detalhe: O Moto Display, a tela preta com horário e ícones de notificações minimalistas, aparece se você movimentar o aparelho após algum tempo de inatividade.
O sistema operacional do Moto G de terceira geração é o Android 5.1.1 Lollipop. Essa versão é a mais recente do momento e a Motorola segue a sua premissa de oferecer um software livre de aplicativos pré-instalados e modificações pesadas de interface para agilizar os updates. Como de costume, vemos o Alerta, o Moto e o Migração instalados. O primeiro app manda mensagens automáticas para um determinado contato com base na sua localização e também possui um botão de emergência, que manda uma mensagem com a localização do usuário para um contato pré-definido. O segundo reúne funções do sistema com o Assist, que permite automatizar perfis sonoros do aparelho com base na sua agenda. Por exemplo, na hora de uma reunião, ele entra no modo silencioso. Já o terceiro aplicativo é o mais simples, porém, não o menos útil. O Migração permite importar dados do seu smartphone antigo por meio de um QR Code, o que facilita o processo de troca de celular.
Fora isso, o Moto G continua com um software de câmera básico, que não tem nem ajustes finos nem filtros de imagem que facilitem ou estimulem o uso da câmera.
Se há uma característica de surpreendente no Moto G de terceira geração, ela é a duração da bateria. O smartphone é o campeão do momento dentro da faixa de preço abaixo dos 1 mil reais. O produto aguentou por 10 horas e 8 minutos o teste de autonomia de uso do INFOlab. Com isso, ele deixou em segundo lugar o Redmi 2, da Xiaomi, que marcou 9 horas e 9 minutos no mesmo teste. Em relação ao Moto G do ano passado, a diferença é ainda maior. O produto aguentou por 5 horas e 52 minutos. Ou seja, a melhoria foi de 73% de uma geração para a outra.
As câmeras do Moto G de terceira geração são melhores do que as do modelo anterior, em linhas gerais. A principal tem 13 MP com flash LED duplo e HDR, mas sem estabilização ótica, enquanto a dianteira tem 5 MP com HDR, sem flash algum. A resolução maior da câmera principal aumentou o nível de detalhe das imagens. Por exemplo, quando damos zoom em uma fotografia, podemos ver com mais qualidade os objetos registrados. O balanço de branco também é melhor que o da geração anterior, assim como o desempenho em ambientes mais escuros. Esse conjunto de recursos dá ao Moto G uma câmera razoável, em comparação ao mercado, mas uma ótima câmera dentro dos baixos padrões da Motorola.
Antes de dizer se o Moto G vale ou não o seu dinheiro, é preciso entender o posicionamento de mercado desse produto dentro do portfólio da Motorola. O gadget era de baixo custo e contava com uma configuração intermediária. Agora, ele se mantém como mediano, mas almeja o topo dessa categoria – o que fez seu preço subir. Com isso, o Xiaomi Redmi 2 não é um concorrente direto do Moto G, mas, sim, do Novo Moto E. Dito isso, o Moto G vale a pena para quem busca um smartphone com Android essencialmente puro, bateria de longa duração e configuração de hardware razoável. No entanto, as câmeras ainda podem ser um impeditivo para a compra, dada a ausência de recursos de software. Sendo assim, o Moto G pode ser um excelente smartphone em dois casos: se pagar o seu preço não for um problema para você e se você escolher o modelo com 2 GB de RAM. As demais versões são simplesmente muito caras pelo que entregam ao consumidor.
Fonte: Info