A Lenovo trouxe ao mercado brasileiro o tudo-em-um chamado IdeaCentre B550. O computador, que não tem gabinete separado da tela, assim como os iMacs, da Apple, tem potência o suficiente para ser uma boa opção para profissionais que lidam com imagens, sejam fotografias, sejam vídeos.
Sua tela tem 23 polegadas com resolução Full HD (1080p). Apesar desta ser a resolução mais presente nos conteúdos audiovisuais produzidos atualmente, um display com este tamanho poderia ter uma definição de imagem maior -- especialmente se considerarmos o preço da máquina. O IdeaCentre B550 é vendido no país por 4 850 reais. Confira a seguir se este é o computador certo para você.
//Design
Visualmente, o computador se parece com uma máquina comum. No entanto, há mais nele do que notamos à primeira vista. Seu design retangular com cantos pontudos esconde, na parte traseira, algo que a maioria dos tudo-em-um não têm: a possibilidade de trocar alguns componentes de hardware.
Tirando a tampa traseira que fica do lado esquerdo da máquina, temos acesso ao HD. Isso mesmo, se você, por alguma razão, precisar trocar o HD de 1 TB que vem de fábrica, você pode. Isso é especialmente importante para lidar com reparações futuras, no caso de problemas de armazenamento ou no upgrade para um SSD. Do outro lado da traseira do B550, encontramos o acesso à RAM. Por padrão, o produto vem com dois pentes de 4 GB a 1600MHz, mas há espaço para mais dois.
Voltando a falar sobre o visual do produto, seu acabamento em black piano dá elegância, apesar das bordas espessas ao redor da tela. A base do computador se mostrou fixa o suficiente para sustentar seu peso, evitando acidentes por causa de um dos pés ter pouca firmeza. Isso é importante porque a tela do B550 é sensível ao toque. Ou seja, uma máquina como essa precisa ter estabilidade sobre uma superfície plana em prol de um uso minimamente bom e a Lenovo não deixou a desejar nesse quesito.
Um dos pontos de design mais importantes em um computador são as entradas que ele possui. O B550: um leitor de cartões SD, duas portas USB 3.0 e entradas P2 para fone de ouvido e microfone. Atrás existem uma saída HDMI, uma entrada HDMI, (caso se decida usar o monitor para exibir o vídeo de um videogame, por exemplo), além de quatro USB 2.0 e uma entrada gigabit ethernet. Apesar de ser uma máquina com a maioria dos conectores mais necessários atualmente, uma coisa interessante, e rara, é que o tudo-em-um da Lenovo conta com leitor de DVDs e Blu-Ray. Se você tem uma coleção de filmes "à moda antiga", esse recurso é importante. Pouquíssimos aparelhos leem essas mídias nos dias de hoje, especialmente entre os desktops.
//Configuração
A Lenovo promove o B550 como um computador voltado para o público gamer. No entanto, não foi bem isso que o INFOlab verificou durante os testes. A placa de vídeo utilizada é uma 8570m, ou seja, uma GPU móvel, tipicamente utilizada em notebooks, com menor tamanho e menor poder de processamento. De forma similar a laptops, o sistema conta com o sistema “AMD switchable graphics” ou “gráfico comutável AMD”, que utiliza a placa de vídeo integrada ao processador (Intel HD Graphics 4600) para programas mais leves e troca para a placa dedicada AMD 8570m para jogos e outros softwares mais pesados. Um fato é que a placa dedicada não consegue ser consideravelmente mais potente do que a integrada da Intel. Segue uma tabela com nossos testes, medidos em FPS médios.
Integrada HD4600 Dedicada 8570m Unreal Tournament 3 (1080, High) 37 32 Skyrim(High, 2xaa) 14 20 Path of Exile (High) 38 48 Civilization V (Medium) 28 30
Com isso, fica claro que o tudo-em-um não é a melhor opção para os gamers no momento. Faltam recursos importantes para esse público, como a possibilidade de trocar a placa de vídeo e uma resolução de tela mais alta. Em vez de coisas como essas, o B550 traz recursos que não importam para jogos, como o processador i7 4770, uma tela touchscreen e o leitor de Blu Ray, todos componentes caros que não propiciam uma experiência melhor para o público alvo. Se todo este custo fosse alocado a uma placa de vídeo mais nova e rápida, (e o processador fosse diminuído para um i5 4690, por exemplo) o B550 seria uma máquina consideravelmente melhor.
O INFOlab chegou a contatar a Lenovo antes da publicação deste review e os próprios engenheiros da empresa sugeriram que o melhor seria que tratássemos esta máquina como algo voltado para profissionais do segmento audiovisual e não para gamers. Contudo, não é assim que a marca promove o produto. Parece haver uma incosistência entre os setores de marketing e de engenharia na Lenovo. Enfim... Nos benchmarks, o aparelho se saiu bem, apesar de ter sido necessária a intervenção da nossa equipe para que a placa de vídeo dedicada fosse usada, em vez da integrada.
//Sistema
O sistema Windows 8.1 não traz grandes novidades ao computador. Tudo funciona como deveria. O único problema encontrado pelo INFOlab, com o modelo testado, foi no momento de desligar. Ao darmos o comando, tudo parece estar acontecendo naturalmente: os programas se fecham e a tela se apaga com relativa rapidez. No entanto, depois disso acontecer, o Windows 8.1 exibe uma mensagem de erro (aquela carinha triste que a Microsoft colocou nessa versão do Windows), como se algo tivesse dado errado. Em última análise, isso não chega a ser um problema, nenhum dado foi perdido devido a esse pequeno bug.
//Vale a pena?
O Lenovo B550 é um ótimo computador de mesa para uso doméstico e também para quem precisa lidar com edição de imagens. Colocando de lado forma como a empresa promove o produto, ele funciona bem e não deve deixar a desejar para esses dois públicos. Um dos principais pontos de decisão será o preço. Ele é mais barato do que um iMac, por exemplo, mas não oferece exatamente os mesmos recursos. Ou seja, no fim, são as necessidades do consumidor que serão determinantes para a escolha deste produto.